quinta-feira, 23 de outubro de 2008

ATUALIDADES - Somos vitimas de leviandades


Para dirigente da Missão Novas Tribos do Brasil, setores que se opõem à ação missionária entre os indígenas agem por ignorância ou má-fé.

A Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), com sede na cidade goiana de Anápolis, tornou-se conhecida do grande público da pior forma possível. No dia 19 de março de 2000, o programa Fantástico, um dos líderes de audiência da TV brasileira, levou ao ar uma matéria trazendo pesadas acusações à organização. Foi a partir dali que veio à tona um processo judicial movido contra a missão pelo Ministério Público Federal, por influência da Fundação Nacional do Índio. Acusados de interferir negativamente no modo de vida da etnia indígena zo’é, que vive numa reserva no município de Oriximiná, sudoeste do Pará, os obreiros da agência foram expulsos da área.

O processo é o resultado de uma longa pendenga que se arrasta desde os anos 1980, quando missionários ligados à agência fizeram os primeiros contatos com os zo’é. Seguiu-se um longo período de aproximação, com o consentimento da própria Funai, no qual os missionários não apenas ajudaram a reverter a tendência à extinção daquela etnia, como elaboraram um apurado estudo lingüístico e cultural das tradições da tribo.
Tudo mudou tempos depois, quando, sob nova administração, a Funai passou a acusar a MNTB de tudo – inclusive, de passar doenças aos índios. O ex-diretor do Departamento de Índios Isolados do órgão, sertanista Sidney Possuelo, encabeçou as ações contra a missão.

Segundo o presidente da MNTB, pastor Edward Gomes da Luz, desde então uma série de injustiças têm sido perpetradas contra a agência. “Quando fizemos o contato com os zo’é, eles estavam sendo dizimados por malária Falciparum, endêmica na região. Com um tratamento intenso, conseguimos reverter o quadro e a população passou a crescer 10% ao ano. Se não tivéssemos feito o contato, eles teriam desaparecido em pouco tempo”, assinala. O caso atualmente está tramitando junto à Justiça Federal. Para piorar as coisas, Antenor Vaz, indigenista que integra os quadros da Funai, divulgou, em maio deste ano, um relatório com pesadas críticas à Novas Tribos e a outra agência evangélica, a Jovens com Uma Missão (Jocum).

Acontece que, ao contrário do que pode supor a opinião leiga, o trabalho de missões como a MNTB vai muito além da mera pregação do Evangelho. Contando com obreiros especializados em disciplinas como antropologia, lingüística e saúde pública, a agência presta serviços dos mais variados às tribos onde atua – inclusive a montagem e operação de postos médicos, escolas, projetos comunitários e ações de preservação cultural e indígena. “Em apenas um ano, fazemos mais de 50 mil atendimentos médicos e atendemos mais de seis mil crianças em nossas escolas”, enumera o presidente da MNTB. Com larga experiência em trabalhos de campo missionário, Luz é um entusiasta da ação evangélica entre os povos indígenas. “Atualmente, atuamos junto a 51 etnias e em todas desenvolvendo um excelente trabalho, com total aprovação da liderança indígena”, comenta.

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