Jesus ensinou que era errado ajuntar tesouros na Terra. O lugar certo para guardar dinheiro é no Céu: "onde ladrões não escavam nem roubam" (Mt 6.19,20). Ser um servo (escravo) de "mamom" (riquezas), significa ter perdido o direito de servir ao Senhor (Mt 6.24). Em lugar da ansiedade por causa do dinheiro e da insegurança financeira própria de homens seculares, o líder cristão deve buscar o reino e não o lucro. Deus sabe quais são as necessidades dos seus filhos e acrescentará todas as coisas aos que põem em primeiro lugar o Reino de Deus (Mt 6.33).
O Senhor enviou seus aprendizes para preparar o caminho para a sua pregação. Ele Ihes enviou sem dinheiro ou trocas de roupa (Mt 10.7-10). Eles foram obrigados a depender de Deus para abrir portas amigáveis e encontrar lares em que pudessem receber a alimentação e o cuidado. Eles tinham que viver pela fé. Hudson Taylor, da Missão do Interior da China, acreditava que deveria pedir a Deus somente fundos para sustentar a Missão. Ele acreditava que a obra 'tle Deus, feita à maneira de Deus, não poderia jamais sofrer falta de recursos. Líderes que preocupam-se ansiosamente sobre dinheiro são ainda neófitos no programa de treinamento divino da fé. O pastor Paulo Alfaro Jr., de Presidente Prudente, fundou a igreja Nova Jerusalém sem salário fixo. Confiou em Deus para mandar o sustento necessário para a sua família durante seis anos. Ele confirmou que um homem de fé pode contar com a provisão de Deus.
Evidentemente, Judas, o tesoureiro do grupo de discípulos, várias vezes não tinha dinheiro sobrando. Quando um fiscal veio coletar um imposto, Pedro teve que receber a ajuda de Jesus que mandou-o fisgar um peixe e pegar a moeda encontrada em sua boca para saldar aquela obrigação (Mt 17.24-27). Como Paulo, líderes que seguem no caminho de Jesus precisam ser capazes de dizer: "já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade" (Fp 4.11, 2).
Jesus ensinou generosidade através de suas palavras e ações. "Mais bem-aventurado é dar que receber", foi sua afirmação (At 20.35). Ele contou a parábola do administrador infiel que perdoara partes dos débitos dos credores de seu mestre. Jesus usou aquela estória para ensinar sabedoria ao investir-se na vida de outros. "E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos"(Lc 16.9). Isso significa que a alegria futura de um líder será maior se ele compartilhar com os necessitados, do que, fazendo lucro. Nenhuma organização cristã deve ser indiferente às necessidades dos pobres e famintos. A marca do líder no caráter do grupo poderá ser observada facilmente.
Cristo surpreendeu seus discípulos ao declarar ao jovem rico que perguntou como poderia ter certeza que iria para o Céu: "Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me" (Mc 10.21). Assim, Jesus deixou o líder (membro do Sinédrio?) ciente de que a porta para o céu é aberta aos generosos. A precondição para segui¬10 seria a distribuição das suas riquezas entre os pobres. Jesus, então, declara definitivamente que viúvas, órfãos e destituídos são pessoas sob o cuidado especial da parte de Deus. Há algum líder vivo, hoje, que exigiria que uma pessoa rica desse suas possessões aos pobres, em vez de dar à sua organização?
Outro exemplo da forma diferente de Jesus olhar para o dinheiro pode ser visto em sua reação à sugestão de Judas de que Maria deveria vender sua valiosa "libra de bálsamo de nardo" por trezentos denários e dar o dinheiro aos pobres. A reação do Senhor provavelmente surpreendeu a todos os presentes, especialmente aos seus discípulos. "Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes" (Jo 12.1-8). Um ato de sacrifício por Jesus é ainda mais importante do que aliviar as necessidades dos pobres. Um líder comprometido com o Senhor, precisará de sabedoria para avaliar como o dinheiro é gasto, para que Deus seja supremamente glorificado.
Extraído do livro "O Líder que Deus usa"Autor: Russel Shedd
Editora: Vida Nova
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