Mas agora, que cheguei aos 30 anos, comecei a perceber exatamente o oposto, como pode Deus ser um homem de trinta anos? E ainda mais, como pode fazer o que fez como adulto?
Homens adultos são auto-suficientes, são dominadores até para com os que amam, são fortes e poderosos, sabem tomar de suas decisões. Parece que quanto mais ficamos velhos, mais nos tornamos experientes e menos precisamos de Deus!
Foi quando entendi que, teologicamente, Deus ser um bebe em uma manjedoura não é tão absurdo quanto Deus ser um homem adulto. O ser humano adulto é muito mais antagônico a Deus do que um bebe!
Dá impressão que, conforme, homens e mulheres vão crescendo, vão caminhando para longe de Deus. Quando era criança não tinha problema em acreditar em tantas coisas, hoje tenho um pé atrás com tudo, penso muito em instabilidade, penso no futuro demais, penso no maldito dinheiro do fim do mês.
O milagre foi Deus ser um “adulto criança”, pois quem não se tornar uma criança, de modo algum entrará no reino do céus. Todo filme que vejo o herói era muito fraco, dependente e vulnerável até chegar no ápice e deixar tudo isso para trás. Mas não é o que aconteceu com Jesus, ele sempre teve com ele a manjedoura, os pastores desprezados, a mãe assustada e a estrebaria como casa.
O grande milagre começa no nascimento de Jesus, mas se solidifica aos trinta anos. Exatamente quando todo homem assume o controle, Ele se entrega nas mãos do Pai como uma criança. Na cruz, ao se entregar, chora como uma criança que foi deixada no quarto escuro: “por que me desamparastes, papai?”.
Espero que nesse natal possamos entender que o maior milagre é Deus estar em nós adultos e não em uma criança, afinal de contas, o reino dos céus é feito delas.
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