terça-feira, 31 de março de 2009

ATUALIDADE - Enquete encerrada

RESULTADO DA ENQUETE

Se você pudesse decidir sobre o caso da meina de 9 anos, grávida de gêmeos e que foi estuprada pelo padrasto?

Optaria pelo aborto
18 (41%)
Não optaria pelo aborto
10 (23%)
Excomungaria o Arcebispo
6 (13%)
Não sei. É complexo.
9 (20%)

Queridos irmãos! Nossa enquete deu o que falar! O assunto é extremamente complexo e não queremos, jamais, ser imprudentes em trazer uma opinião fechada que não fosse fruto de muita discussão. Parabéns a todos que participaram!

Trago pra vocês a posição do Presb. Solano Portela, que foi postada em seu Blog (tempora-mores.blogspot.com)
Posição essa, que crei ser bem equilibrada e que contempla todas as possiblidades!

Todos têm acompanhado o caso da menina de 9 anos, em Pernambuco, que foi abusada e estuprada pelo padastro. Com a gravidez, o crime veio à tona e o criminoso está preso. A menina teve a gravidez interrompida por aborto induzido, realizado por médicos, com o apoio da justiça. O caso tem recebido ampla divulgação e repercussão. Alguns blogs cristãos têm escrito sobre o triste assunto, como o "mastigue", de jovens, para jovens, e o do Rev. Dr. Alfredo de Souza. Neste último, coloquei um comentário, que posto abaixo, em versão expandida e corrigida.
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Infelizmente as decisões éticas da nossa terra não se pautam por quaisquer considerações sobre os princípios de Deus, mas meramente por considerações antropocêntricas. Por princípio, pela consideração à vida, ensinada na Escritura, sou contra o aborto. No entanto, a complexidade desse caso me intriga.

Não tenho condição de fazer as avaliações médicas (essas são fruto, também, da dádiva divina do conhecimento, possibilitado pela Graça Comum de Deus, àqueles que são chamados a esse campo), nem de avaliar o quanto a vida da menina estaria em risco. Confiar em outros, em questões tão cruciais, é temeroso. Mas há outro curso viável? As coisas correram rápido demais, alguém tomou uma decisão do dia para a noite e somos confrontados com o fait accompli e deixados às nossas considerações morais quanto à tragédia.

Com olhar de leigo, muito pesaroso, vi as fotos e a situação dela - tão jovem e tão destituída e roubada de sua inocência, por aqueles próximos dela. Um corpo de criança carregando duas vidas, às quais não estava fisiológicamente preparada(no desenvolvimento natural divino), ainda, para carregá-las. O quanto de risco à vida dela, já tão massacrada e abusada, traria a continuidade de tal gravidez? Não sei.

Isso leva a um dilema ético. Não seria ele comparável ao que é enfrentado por um enfermeiro que trabalha em um hospital superlotado, que está com os doentes espalhados pelo corredor, alguns em estado terminal, e que vê apenas um leito sendo aberto, na ala de cirurgia? Como ele vai selecionar quem vai viver e quem vai morrer?

1. Pela cronologia da entrada ("Deus mandou esse primeiro do que aquele, então vou atender na ordem de chegada")?


2. Ou seria por uma compreensão subjetiva da gravidade do caso ("acho que esse aqui, que chegou depois, está morrendo mais rápido que o outro, que chegou antes")?

3. Ou pela idade ("Esse, que está morrendo já está idoso, vou salvar o mais jovem que tem uma vida toda pela frente")?


No caso da menina grávida, vejamos, em duas ações (matar ou deixar), 5 possibilidades de resultados:

1. Matar 2, deixar 1; salvar 1: abortam-se os fetos, salva-se a mãe (situação decidida pelos médicos).

2. Matar 0, deixar 3; salvar 0: não se faz nada, morrem todos (situação considerada a mais provável pelos médicos).


3. Matar 0, deixar 3; salvar 2: não se faz nada, morre a mãe, salvam-se as crianças (situação considerada improvável pelos médicos).

4. Matar 0, deixar 3; salvar 1: não se faz nada, morrem os fetos, salva-se a mãe(situação considerada possível, pelos médicos, mas com alto risco para a mãe).


5. Matar 0, deixar 3, salvar 3: não se faz nada, salvam-se as crianças e a mãe (situação considerada impossível, pelos médicos).


A única coisa clara para mim, nessa questão e nesse estágio, é o merecimento da morte por parte do padastro; a quem imputo, igualmente, a responsabilidade pela morte das crianças que foram geradas. E, se fosse esse o curso, essa execução deveria ser feita pelo estado, com julgamento e sentença, e não por outros presidiários, como provavelmente ocorrerá.

A posição do arcebispo lá da terrinha, não veio embasada de considerações bíblicas, mas de um apelo “à lei canônica”. No dia que essa mudar, ele muda, também. Precisamos, realmente de muita humildade e aprofundamento nas Escrituras para discernir o curso, em casos como esse. Aos que desejarem pesquisar mais um pouco, sugiro a leitura do livro de Norman Geisler, Ética Cristã: alternativas e questões contemporâneas, Cap. 12. Vejam as opiniões do autor, que ele procura embasar na Palavra, sobre a questão do aborto, e outras situações, como a dessa tragédia, no Recife.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sim e qual é a posição da igreja, sua igreja representada pelo senhor?????? com suas palavras????