REGRA 1 - “Enquanto possível, devemos tomar as palavras no seu sentido usual e ordinário”.
Observe que, tomar uma palavra no seu sentido usual e ordinário, nem sempre significa tomá-la no sentido “literal”. Isto porque cada idioma possui seus modos próprios e peculiares de expressão, as vezes tão significantes que, se tomado ao “pé da letra”, perde o seu real sentido
Exemplo: Gn 6.12: “Porque toda a carne tinha corrompido o seu caminho sobre a terra”. Se darmos significado literal para as palavras carne e caminho, o texto perde seu sentido original. Carne aqui significa pessoa e caminho significa costumes, modos de agir.
REGRA 2 - “Devemos entender as palavras no sentido em que indica as frases, ou sentenças, onde estão inseridas” O significado das palavras variam de acordo com o contexto onde elas estão inseridas. Exemplo: Mt 26.26b: “...Tomai, comei; isto é o meu corpo”. O conjunto de frases deste versículo mostra que corpo aqui não é no sentido literal, mas no figurado.
REGRA 3 - “Devemos tomar as palavras no sentido contextual” Isto significa que devemos observar o contexto (com o texto), isto é, os versículos que vêm antes e depois daquele texto estudado. Exemplo: Ef 3.4: “...quando lerdes, podeis compreender o meu discernimento no mistério de Cristo”. O mistério aqui, significa a participação dos gentios da Salvação oferecida por Cristo. Este significado é entendido quando
REGRA 5 - “Devemos levar em consideração as passagens paralelas” As passagens paralelas são aquelas passagens bíblicas que falam do mesmo assunto, tendo uma relação entre si e fazem referência umas às outras. Também podemos chamar de correlação. Estes paralelos podem ser:
a) de palavras - Gl 3.27: “...de Cristo vos revestistes”- Analisando as passagens de Rm 13.13,14 e Cl 3.12,14, iremos verificar que este revestimento significa uma nova vida, novas atitudes. Não é uma vestimenta literal, mas adornos espirituais.
b) de idéias - Mt 16.18: “...sobre esta pedra edificarei minha igreja...” não quer dizer que Pedro é esta pedra. Vendo as passagens paralelas de Mt 21.42,44; I Pe 2.4,8; Ef 2.20; I Co 3.10,11, podemos ver que esta pedra é Jesus Cristo.
c) de ensinos gerais - Rm 3.28: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”. Não podemos utilizar este texto para dizer que o homem está isento das obras de justiça e santificação. O ensino sobre a justificação é-nos mostrado pelas passagens paralelas que mostram que Deus nos exorta à santidade e pureza (Tg 2.14-26, etc.).
REGRA 6 - “Devemos sempre considerar que a Bíblia tem autoridade”. Devemos levar em consideração que nem a tradição, nem a razão, tampouco a igreja, possuem tanta ou maior autoridade do que as Sagradas Escrituras. Exemplo: A crença no nascimento virginal de jesus é firmada porque simplesmente a Bíblia diz que assim é.
REGRA 7 - “Devemos depender da fé salvadora e do Espírito Santo para interpretarmos e compreendermos a Bíblia” Quando um cristão lê uma passagem bíblica, é comum entendê-la. Porém quando a lê para um não cristão, tornase-lhe difícil a captação de seu significado. O apóstolo Paulo diz que o homem natural não aceita as coisas do Espírito, pois elas se discernem espiritualmente (I Co 2.14).
REGRA 8 - “Devemos interpretar as experiências pessoais à luz das Escrituras e não o contrário” É comum, hoje em dia, ouvirmos alguém dizer: “Eu tive esta experiência (foi para o céu, teve revelações, etc.), Por isso o que vou dizer é a verdade”. Este tipo de afirmações têm causado grandes danos no seio de muitas igrejas. A Palavra de Deus não pode ser motivo de justificativa para experiências pessoais. Muito pelo contrário, as experiências pessoais é que têm de passar pelo crivo das Escrituras.
REGRA 9 - “Os casos apresentados pela Bíblia só tem valor se amparado por uma ordem” Seguir um personagem bíblico como exemplo, só será válido se a Bíblia exprimir uma ordem para se fazer o mesmo. Exemplo: somente podemos seguir o exemplo da vida de Davi naquilo que não choque com a Bíblia e que ela apresenta como uma ordenança. Podemos resumir esta regra no seguinte: somos livres para fazer qualquer coisa, desde que a Bíblia não o proíba.
REGRA 10 - “Devemos, ao estudar a Bíblia, ter como propósito primordial a mudança de nossa vida e não o aumento de nosso conhecimento” É inútil termos a Bíblia na cabeça e não no coração. Devemos procurar aumentar nosso conhecimento bíblico sim! Mas ter o conhecimento sem a prática, de nada irá adiantar. As Escrituras dizem que devemos ser cumpridores da Palavra e não apenas ouvintes. O termo ouvir, no grego, tem sentido de ouvir e entender o que se ouviu.
REGRA 11 - “A investigação e interpretação das Escrituras não é direito exclusivo de alguns, mas de todos os cristãos” Uma das principais conseqüências da Reforma protestante foi a devolução da Palavra para o povo. Isto é, a Igreja Católica detinha para si o direito exclusivo de posse e interpretação das Escrituras. Aos cristãos, eram-lhe negado este direito. Graças a Deus que a Reforma nos devolveu este direito, mas infelizmente muitos cristãos não fazem uso dele...
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