quarta-feira, 11 de março de 2009

REFLEXÃO - "Me tumhe pyar qarty" hum e o exemplo de Sashi

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos. [...] Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1 João 3.16, 18)

Outro dia, aprendi a falar “eu amo você” em hindi: “Me tumhe pyar qarty hum”. De início, achei engraçado e pouco poético dizer “eu te amo” numa frase tão comprida e truncada... Até entender o significado, palavra por palavra: “Me” = eu, “tumhe” = você, “pyar” = amor, “qarty hum” = ação.

Para nós, apenas “Me tumhe pyar” seria suficiente. Porém, o hindi foi mais profundo -- só se diz “pyar” (amor) se houver “qarty hum” (ação). Isso é visto também na Bíblia, que, assim como o hindi, entende o amor mostrado em ação. Por exemplo, Deus amou (“pyar”) tanto o mundo, que deu (“qarty hum”) seu Filho Unigênito por nós (Jo 3.16).

A Bíblia também ensina que nosso amor, assim como o amor de Deus, deve gerar ação, em reflexo do seu amor por nós. Deus nos desafia a darmos provas concretas de amor e não apenas falarmos que amamos. O texto de 1 João 3 nos encoraja a sermos tão profundos quanto Deus em nossa prova de amor. Somos desafiados a dar nossa própria vida pelos irmãos que dizemos que amamos.

Sashi nos dá o exemplo de que isso é possível. Nascida numa família hindu, ela recebeu a Jesus como Salvador e Senhor há apenas dois anos. Recentemente, Sashi foi desafiada a dizer “Pyar qarty hum” aos cristãos do estado de Orissa, que têm sofrido perseguição por parte de radicais hindus. Suas igrejas e casas têm sido queimadas e destruídas; seus pastores, brutalmente assassinados; e muitas famílias, se refugiado por dias nas florestas, passando fome, sede e frio.

Depois de ouvir a respeito disso, enquanto orava, Deus lhe pediu uma prova de amor: ir até Orissa levar mantimentos e consolo aos cristãos perseguidos. O desafio se tornou ainda maior por ela ser mulher, jovem e solteira.

“Ora, aquele que possuir bens neste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (v. 17). Sashi juntou alimentos, produtos de higiene, e a maior parte de suas roupas em duas malas e foi a Orissa. Durante os poucos dias em que permaneceu na floresta, compartilhou o amor de Deus entre os irmãos, que já estavam há três dias sem água nem comida. Irmãos que ela não conhecia, mas a quem abriu o coração, arriscando sua própria vida como prova de amor. Que exemplo desafiador!

As pessoas não acreditarão em nossa pregação, em nossa mensagem de amor, até que vejam o amor de forma concreta em nossas vidas. Só crerão em Deus quando virem Deus em nossas ações. Precisamos viver e mostrar o amor de Deus em nosso dia-a-dia, amando os povos, socorrendo os necessitados, obedecendo ao “Ide”, dando a nossa vida pelos irmãos. “Me tumhe pyar qarty hum.” “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade” (1Jo 3.18).


Patrícia Pinheiro é casada, tem dois filhos e trabalha no sul da Ásia.

Revista Ultimato

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